terça-feira, 29 de março de 2011

Estudante vítima de Racismo no Rio Grande do Sul








Não tenho nada a dizer
Isso tudo me revolta
Isso tudo me entristece
A dor é coletiva
A dor é ancestral
Me traz a lembrança de outrora
Arranca de mim de forma cruel o sentimento de liberdade

Onde estão que não nos escultam?
Onde estão que não nos protegem?
Meu grito não é ouvido?
Admita.
Isso faz parte de você
Pátria armada que nos agride
Rosto branco que me olha
Que me mede

Devolva aquilo que é meu
Leve de volta a sua ira
Isso que corre nas minhas veias são resquícios de realeza
Respeitem meus cabelos, brancos
Não me entregarei a nenhum momento
Não abaixarei a minha guarda
Não tirarei os meus ancestrais da minha vida
Carregarei até a morte o exemplo das mulheres negras guerreiras que nunca se deixaram abater

E na sua cara cuspirei,
Escarrarei,
A imagem real do que é a minha imensa liberdade

Lágrimas de um Menino Negro (ou a sombra da maldade tem cor)
Por Fafá M. Araújo

quinta-feira, 24 de março de 2011

Uma foto minha e um poema de Landê Onawalê...



Disperso-me por aí
feito brisa
depois
me rejunto e chego como ventania
derrubo coisas
varro a casa
s a f a d a m e n t e
devasso a monotonia
talvez eu seja um vento mau
talvez injusto
pra quem tinha olhos postos no horizonte
a procurar por mim
não me desespero
e não quero
ser feliz de outro jeito
Landê Onawale - O Vento




domingo, 20 de março de 2011


‎"...Eu não devia te dizer , mas essa lua, mas esse conhaque, botam a gente comovido como o diabo." Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 14 de março de 2011


Os pensamentos fluem a me ver sentado no colo da Maria Sem Vergonha.
Olhando para frente. Frente essa que nos espera o mar.
O Oceano Atlântico.
Oceano este que nos traz além de tranqüilidade, beleza.
Também nos traz alimento.
Traz de volta as tartarugas que um dia aqui foram paridas,
Ou melhor, chocadas, por essas areias imensas, mais às vezes tão curtas.


Essa praia que ora é dos artistas,
Ora dos poetas, Ora dos atores
E muitas vezes e quase sempre dos admiradores.


Essa praia que abriga sentimentos revolucionários, libertários, libertinos e
libertadores,
Também é a praia do sossego, das manifestações, dos abraços, das lutas.
É nela que encontramos a barraca do Aloísio,
Uma das primeiras barracas Tropicalista de Salvador, que até hoje se mantém,
É nela que encontramos a Maria.
Maria mulher, destemida, regueira, rasta e Sem Vergonha.
Sem vergonha de viver, de ser, de estar, e de permanecer.
O meu ser se poetiza onde repousam a mente dos poetas,
Os ovos das tartarugas.
É onde se aguça o grito:
"Esgoto no mar é burrice” ou ainda esse
“Não ao emissário submarino”.
E é pela continuação desse espaço que queremos que ele,
Ou melhor, que ela seja sempre

A Praia dos Artistas

Fafá M. Araújo - O Poetizar do ser



sexta-feira, 11 de março de 2011

Ela disse assim...


"...Não há desespero em vão. Se ela quer voar é porque tem asas..."
Cordel do Fogo Encantado - Ela disse assim (A teus pés)