Minhas Coisas. Esse é um espaço de organização e de confronto de ideias. Trago ai coisas que tenho como relevantes. Se aconteceu e foi importante para mim, você saberá. Pois você verá aqui.
domingo, 17 de abril de 2011
Congresso Internacional do Medo - Carlos Drummond de Andrade
domingo, 10 de abril de 2011
Lista de Filmes Afros
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terça-feira, 29 de março de 2011
Estudante vítima de Racismo no Rio Grande do Sul
Isso tudo me revolta
Isso tudo me entristece
A dor é coletiva
A dor é ancestral
Me traz a lembrança de outrora
Arranca de mim de forma cruel o sentimento de liberdade
Onde estão que não nos escultam?
Onde estão que não nos protegem?
Meu grito não é ouvido?
Admita.
Isso faz parte de você
Pátria armada que nos agride
Rosto branco que me olha
Que me mede
Devolva aquilo que é meu
Leve de volta a sua ira
Isso que corre nas minhas veias são resquícios de realeza
Respeitem meus cabelos, brancos
Não me entregarei a nenhum momento
Não abaixarei a minha guarda
Não tirarei os meus ancestrais da minha vida
Carregarei até a morte o exemplo das mulheres negras guerreiras que nunca se deixaram abater
E na sua cara cuspirei,
Escarrarei,
A imagem real do que é a minha imensa liberdade
Lágrimas de um Menino Negro (ou a sombra da maldade tem cor)
Por Fafá M. Araújo
quinta-feira, 24 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
segunda-feira, 14 de março de 2011

Os pensamentos fluem a me ver sentado no colo da Maria Sem Vergonha.
Olhando para frente. Frente essa que nos espera o mar.
O Oceano Atlântico.
Oceano este que nos traz além de tranqüilidade, beleza.
Também nos traz alimento.
Traz de volta as tartarugas que um dia aqui foram paridas,
Ou melhor, chocadas, por essas areias imensas, mais às vezes tão curtas.
Essa praia que ora é dos artistas,
Ora dos poetas, Ora dos atores
E muitas vezes e quase sempre dos admiradores.
Essa praia que abriga sentimentos revolucionários, libertários, libertinos e
libertadores,
Também é a praia do sossego, das manifestações, dos abraços, das lutas.
É nela que encontramos a barraca do Aloísio,
Uma das primeiras barracas Tropicalista de Salvador, que até hoje se mantém,
É nela que encontramos a Maria.
Maria mulher, destemida, regueira, rasta e Sem Vergonha.
Sem vergonha de viver, de ser, de estar, e de permanecer.
O meu ser se poetiza onde repousam a mente dos poetas,
Os ovos das tartarugas.
É onde se aguça o grito:
"Esgoto no mar é burrice” ou ainda esse
“Não ao emissário submarino”.
E é pela continuação desse espaço que queremos que ele,
Ou melhor, que ela seja sempre
A Praia dos Artistas
Fafá M. Araújo - O Poetizar do ser
sexta-feira, 11 de março de 2011
Ela disse assim...
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Coisas para um certa Senhora
Brota das pedras,
Da terra e de forma intensa traça seu curso
Ela que cria meus caminhos
Descobre universo
E me coloca neles
Traça, com mansidão, os caminhos que até aqui já percorri
Tece todas as manhãs do meu viver
Planeja
Reescreve
Amarela
Me põe no colo como criança que sou
Alafia a minha existência
Ora iê iê ô Oxum,
Ora iê iê ô minha Mãe
Salve Senhora da bondade
Salve Senhora primeira da minha vida!!!
Flores amarelas e todo meu encanto
Circulam minha devoção
Ora iê iê ô Senhora Minha Senhora
Fafá M. Araújo
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Negras Quilombolas Crianças
Sou apenas uma criança...
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
A Senhora das águas doces e da beleza
Era uma vez lá na África, há muitos e muitos anos, vivia uma senhora chamada Oxum. Oxum, a conhecida senhora das águas doces. Mulher muito elegante e vaidosa, gostava de tudo que era bonito: belas roupas, bonitos penteados, perfumes, e tinha paixão por jóias. Atenta à sua beleza, estava sempre admirando sua beleza no espelho.
Quando amanhecia o dia, Oxum já estava mergulhando no rio, banhando-se para enfeitar-se com suas jóias. Na verdade, antes mesmo de lavar as suas crianças, ela lavava as jóias.
Mas um dia, que surpresa desagradável! Oxum acordou, levantou-se com o primeiro raio do sol e quando destampou o baú das jóias, ele estava vazio. Não havia uma só peça. O que teria acontecido? Oxum botou a mão na cabeça. Andava de um lado para outro enquanto pensava: quem levou minhas jóias?
Assustada ela chorava muito. Deu uma volta em torno da casa e pode ver dois homens que se afastavam correndo. Cada um deles levava um saco que, com certeza, eram suas jóias. Oxum pensou rápido: – eu preciso agir. Ela pensou logo e executou.
Foi à cozinha, pegou uma quantidade d feijão fradinho, amassou bem e colocou numa panela. Ali acrescentou cebola amassada e uma boa quantidade de camarão seco, pisado no pilão. Por fim ela botou também "epô", (azeite de dendê) e misturou tudo até que se transformou numa massa bem gostosa.
Enrolou pequenas porções em folhas de bananeiras passadas no fogo. Arrumou tudo numa panelinha e cozinhou.
Depois de cozida esta gostosa comidinha, ela arrumou tudo no tabuleiro bem bonito e saiu em busca dos ladrões, cantando para espantar as suas preocupações.
Não foi difícil. Ela sabia exatamente por onde eles iam passar. Sentou-se com tranqüilidade, esperou os dois ladrões. Não tardou, eles apareceram cumprimentando Oxum na maior disfaçatez.
- Kuwaró! (bom dia).
- Kuwaró ô! (bom dia).
- Que belo dia! Que bom encontrar companhia por aqui. Como estamos contentes de encontrar a senhora.
- Ótimo. Então vamos parar de conversar um pouco. Querem comer? Hoje fiz uma comida de minha predileção. Wa unjeum? (convite para refeição).
- Hum… Bem que a gente estava sentindo esse cheio tão bom!
Os homens entreolharam-se confiantes e falaram baixinho:
- Esta senhora é tão bonita… mas parece muito bobinha.
- Pois é, nós tiramos todas as suas jóias, e ela ainda quer dividir a sua comida com a gente. É tola mesmo.
Os homens não esperaram outro convite e avançaram nos abarás e comeram sem a menor cerimônia, até caírem adormecidos um para cada lado.
Ai neste momento, Oxum aproveitou, tomou os dois sacos cheios de brincos, colares, anéis, pentes, pulseiras e prendedores de cabelo. Ela pegou tudo rápido, enfeitou-se toda e saiu cantando pelo caminho de volta para sua casa.
Iya omi bu odomi ró Orixá ó le le
Iya omi bu odomi'ó Orixá o le le
E ó be rê o o be rê o
O iná be ko ina ina
Referência
PETROVICH, Carlos & MACHADO, Vanda. Irê Ayó: Mitos Afro-brasileiros - Salvador: EDUFBA, 2004 p.73